domingo, abril 03, 2005

Vaca barrosa foi apanhada após 4 semanas de fuga

2.º e último episódio desta saga única em terras de Vila do Conde



Finalmente foi apanhada a vaca barrosã que tinha fugido de Macieira da Maia no dia 23 de Janeiro. Depois de percorrer quase metade das freguesias do Concelho de Vila do Conde ( freguesias do lado sul do Ave ), algumas do Concelho de Matosinhos e ter posto um pé no Concelho da Maia, espraiou-se nas dunas do Mindelo, entre as praias desta freguesia e da vizinha Árvore, permitindo-nos trazer uma outra barrosã sua companheira para uma propriedade que cultivamos em pleno "Pinhal do Mindelo", a cerca de 6 km de casa. Esta propriedade com 3 ha de "boa" erva, tem também um silo de milho aberto onde duas vezes por semana nos deslocamos para trazer um reboque de silagem da qual também a "fugitiva" comia. Para nosso espanto um dia verificamos que havia "bosta" junto ao silo e este estava comido, com muitas pegadas de vaca ao pé.

Já com a companheira dela aí instalada há três dias vimo-la ao fim do dia ( cerca das 18 horas ) chegar, com o seu porte altivo, de uma enorme elegância, e uma esperteza invulgar. A propriedade tem a forma redonda e está cercada de pinheiros, eucaliptos, mimosas e outras árvores em toda a volta. Ao chegar a "fugitiva" corria até ao meio do campo e olhava em toda a
volta, certificando-se de que não havia ninguém que a incomodasse. Depois disso cheirava e lambia a sua colega por alguns minutos e começava a comer, quando tinha a barriga cheia ia-se embora, não sabemos onde dormia. Apenas sabíamos que de manhã, por volta das 6 a 7 horas voltava a ser vista nos campos junto à fábrica Simens.

Colocámo-lhe cercas, mas ela conseguiu saltá-las e já em "desespero de causa" quando apenas víamos o abate como solução para acabar com esta "novela real", o meu pai com a sua experiência de há muitos anos atrás apanhar os texugos que nos destruíam o milho, estudou os caminhos que ela trilhava e "armou um laço" com um cabo de aço pendurado numa mimosa por
onde ela entrava na referida propriedade, denominada "bouça d’areia" e apanhou-a pelos cornos nesse fim de tarde do dia 18 de Fevereiro de 2005.

Curioso foi apanhá-la na nossa propriedade a 6 kms de casa.

Constantino Silva