sexta-feira, fevereiro 22, 2008

fica o aviso...


... para quem o quiser ouvir

"Sente-se em Portugal "um mal-estar difuso", que "alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional". Este mal-estar e a "degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento". E se essa espiral descendente continuar, "emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever".
O acentuar da "degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários" de todo o espectro político é o primeiro alerta da associação. E, aqui, os relatores do documento não têm dúvidas sobre a crise que surgirá caso não seja evitado o eventual fracasso da democracia representativa: "criará um vácuo propício ao acirrar das emoções mais primárias em detrimento da razão e à consequente emergência de derivas populistas, caciquistas, personalistas".
E para que a democracia representativa seja preservada, a Sedes aponta três metas aos partidos: "Têm de ser capazes de mobilizar os talentos da sociedade para uma elite de serviço; a sua presença não pode ser dominadora a ponto de asfixiar a sociedade; e não devem ser um objectivo em si mesmos".
A associação considera ainda preocupante "assistir à tentacular expansão da influência partidária" - quer "na ocupação do Estado", quer "na articulação com interesses da economia privada". (...)"

Relatório da Sedes - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social - apresentado hoje. pode ser consultado na integra aqui

1 comentário:

José Leite disse...

Muito bom post!

Infelizmente a tentacularização partidária é omnipresente. Se não se tiver um porto de abrigo partidário (como é o meu caso pessoal) corre-se o risco de andar sempre «á deriva»...

É a partidocracia no seu auge!

É lamentável mas é verdade. Todos os partidos levam longe demais essa obsessão.

Para quase tudo se «olha» ao «rótulo» partidário.

Da clubite aguda do futebol passou-se para a partidarite aguda.

Quem quiser ser isento, independente, não pode ocupar lugares públicos pois falta-lhe a tal «rede».

A sociedade está doente. É urgente a terapia...