domingo, setembro 27, 2009

ziguezague, parte II

Sócrates continuará como primeiro-ministro. faltam eleger 4 deputados mas já nao haverá alterações significativas. temos bastantes mais deputados à esquerda (127) do que à direita (99) mas acontece que PS+BE ou PS+CDU nao chegam para ter maioria absoluta, ao contrário de PS+CDS (a grande questao que estava em jogo). ou seja, Sócrates terá que olhar para ambos os lados ao mesmo tempo, já que PS+BE+CDU pode ser algo mais complicado de conseguir do que PS+PSD ou PS+CDS. e, muito importante, nao basta que BE e CDU se abstenham... já que mesmo nesse caso o PS não terá maioria no parlamento. a grande tentação de Sócrates será uma coligação com o CDS (que por sua vez estaria claramente interessado, e é algo que para o PSD tb seria a melhor solução) para poder governar "à vontade", mas isso iria causar convulsões internas e prejuizos eleitorais futuros. por isso o mais provável deverá ser negociar à esquerda questões sociais e à direita questões económicas, de politica externa e justiça. o ambiente continuará desprezado. a educação uma confusão. ou seja, não se prevêem grandes mudanças politicas no país. quem tem esperança que pelo menos Sócrates mude de atitude e deixe de ter o rei na barriga, como dizia hj de manhã uma comerciante do bolhão, pode tirar o cavalinho da chuva. foi, supostamente, uma "extraordinária vitória eleitoral".

PS. a abstenção mais uma vez ganhou as eleições e bateu recordes, com cerca de 40% das "preferências" (o PS teve 22%). é um sinal evidente do enorme e crescente descrédito da classe politica (basta ler os comentarios), para além de outros óbvios factores (preguiça, outras prioridades "naturais", etc.). o que vamos fazer quando a abstenção tiver maioria absoluta? suspendemos a democracia?

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