segunda-feira, julho 31, 2006
Princípio da incerteza de Heisenberg
O Princípio da incerteza de Heisenberg é, porventura, aquilo que aprendi de mais interessante em 6 anos de licenciatura em engenharia química. Complicações à parte, diz mais ou menos o seguinte: "quanto mais precisamente se tentar medir uma determinada grandeza, mais imprecisa será a nossa medida". Foi considerada não só uma revolução na física, como também na teoria do conhecimento.
Curioso como se aplica tão bem às relações humanas...
domingo, julho 30, 2006
terça-feira, julho 25, 2006
Estás equivocado
- quando não percebes o que eu sou, um mero mensageiro dos amigos do mindelo, devidamente legitimado democraticamente, ou talvez um pouco mais, um catalisador, mas não os reagentes quimicos, quando não percebes que mesmo que eu desapareça, haverá outros que ocupem o meu lugar, quando não percebes que eu apenas falo em nome de muitos outros, por questões meramente circunstanciais, outros a quem empresto a minha voz, mas que em muitos outros lugares, fora da visibilidade mediática, pensam e dizem exactamente o mesmo que eu, quando confundes o mensageiro com a mensagem, achando que atacando-me pessoalmente deixarás de ouvir aquilo que berra
- quando me vês como um empecilho, uma dor de cabeça, alguém a quem adorarias silenciar, como o tentaste fazer esta segunda-feira, caindo no ridiculo, quando nao percebes que para mim a critica nao é apenas um direito, é um dever
- quando achas que não consigo separar a minha actividade profissional do meu activismo, que embora guiados pelo mesmo ideal, sao diferentes lugares da minha vida, sem conflitos de interesse, quando chegas ao ponto de tentar prejudicar o meu emprego por motivos de mindelo
- quando não percebes que eu, e todos os outros como eu, cidadaos empenhados de vila do conde, conscientes e com conhecimento, poderiamos ser um recurso fundamental para vila do conde ser um sitio melhor onde se viver
- quando não percebes que o futuro nao se faz com asfalto ou betao, tentando encobrir os males que estao à vista de todos e colocando em risco a saúde de tantas pessoas, e que a confiança pessoal não se constroi com mentiras ou intrigas, tentando minar a confiança entre amigos
- quando não percebes a importancia que uma reserva ornitologica de mindelo, devidamente cuidada, poderia ter, para tantas especies que habitam este planeta, a começar pela nossa
- quando achas que a unica solução é comprar todos os terrenos da reserva e mandar os proprietarios embora, compensando alguns indignos dos direitos que supostamente possuem, pagando talvez favores antigos, ignorando tantos outros que querem ver a reserva cuidada, não percebendo as condições que existem para os envolver a todos numa recuperação ecologica e social que iria trazer riqueza, em especial para os proprietários
- quando achas que basta deixar passar o tempo para que eu e outros amigos do mindelo percam as forças e desistam, se cansem de lutar por aquilo a que todos temos direito, sem perceber que para nós esta é uma questão de, literalmente, vida ou morte
- quando achas que eu, e a natureza, iremos sucumbir às agressões
- quando encaras tudo isto como uma questao de protagonismos, sem perceber que o unico protagonista aqui é, e será sempre, a reserva e aquilo que ela representa de esperança, de beleza, de resistência, de memória, de respeito, de diversidade, de humildade, de sabedoria, de valores, de identidade, de amor
Esquece, esquece! acredita num mundo melhor, confia, ninguem quer fazer-te mal, ninguem te quer correr do lugar, ninguem quer ser "politico" tal qual o entendes, ninguem quer medalhas, louvores ou lugares ao sol... quero apenas um lugar à sobra de um frondoso sobreiro, enraizado em plenas dunas, ouvir o canto dos passaros, ver as estrelas no céu, ouvir o riso das crianças a descobrir um mundo que corremos o risco de perder para sempre.
Paz.
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domingo, julho 23, 2006
sábado, julho 22, 2006
quinta-feira, julho 20, 2006
Paisagem
Passavam pelo ar aves repentinas,
O cheiro da terra era fundo e amargo,
E ao longe as cavalgadas do mar largo
Sacudiam na areia as suas crinas.
Era o céu azul, o campo verde, a terra escura,
Era a carne das árvores elástica e dura,
Eram as gotas de sangue da resina
E as folhas em que a luz se descombina.
Eram os caminhos num ir lento,
Eram as mãos profundas do vento
Era o livre e luminoso chamamento
Da asa dos espaços fugitiva.
Eram os pinheirais onde o céu poisa,
Era o peso e era a cor de cada coisa,
A sua quietude, secretamente viva,
E a sua exalação afirmativa.
Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.
Sophia de Mello Breyner Andresen
terça-feira, julho 18, 2006
Precisamos da Reserva!
Não desistimos... damos a cara pela nossa qualidade de vida... pelos direitos das outras espécies que partilham a nossa “casa”.
Carta Aberta ao Presidente da Câmara
quarta-feira, julho 05, 2006
Acabou o sonho
segunda-feira, julho 03, 2006
Puberdade!!!
Heróis
Epá, o rambo, no seu jeito troglodita e justiceiro, era um bom heroi (OK, não escrevi isto). O meu irmao tambem acho que era um exemplo para mim, acho que no fundo queria crescer para ser como ele (tb tinha boas notas). Que inveja eu tive quando ele partiu o braço... Mas foi sempre um irmao muito distante (6 anos mais velho...), misterioso (construia piramides) e reservado (quase não falavamos), e certamente não me achava piada nenhuma, o que me fazia sentir um impecilho... Mas eu admirava-o muito... O olhar forte, embora por vezes triste... A rebeldia (chegou a fugir de casa)... A inteligencia e os amigos, a utopia (queria ser astronauta)...
No dia 9 de Maio de 1986 desencarnou, sem esperança num mundo demasiado severo para os sonhadores...
O mundo (interior e exterior) transformou-se num lugar estranho, (ainda mais) distante, com baloes coloridos mas sem festa...
Religião
Catequese... Enfim, não gostava lá muito daquilo, em especial da fantochada das comunhoes e afins, e aquelas historias fantasiadas deixavam-me no minimo bastante de pé atras... Alias, quase que morri lá por duas vezes... Mas como sempre la ia alinhando e dando o meu melhor... Mas acho que apesar de me marcar a vida de cristo, de sofrimento e dedicação, e talvez por isso mesmo, o contraste com a realidade, criava uma grande barreira... Ok, confesso, estava mais virado para as miudas mais velhas...
Pais
Pai muito distante, dedicado ao trabalho, exigente comigo de uma forma subtil mas poderosa (talvez por isso as boas notas?). A mae muito protectora... capaz de muito (demasiado) mimo*, muito proxima à irmã (ciumes!!!)... Em geral, relação muito boa, e sim, eram uma referencia positiva.
*"já não tenho mais bébés. E tu o mais pequenino embora já homenzinho nos teus belos 14 anos vais ficar sempre para mim a eterna criancinha, a recordação + bela que eu guardo no coração". Lembra algum post?
Mais escola
Na primaria, 4 anos, 4 professoras... A primeira era um velhinha simpatica - d. mimi (acho que lhe provocamos um ataque cardiaco por isso deixou de dar aulas). As outras professoras eram mais novas mas penso que não me marcaram muito... Ainda assim dei-me bem com a josefina maravalhas (3ª classe; ver foto) com quem cheguei a trocar alguma cartas ("olá sabichão!")... Elas gostavam de mim (afinal era um dos bons alunos e bom menino), mas acho que não me marcaram muito...
Valores incutidos
Avó tim-tim? Talvez a serenidade... Mae? Talvez a força e a determinação, o inconformismo... Pai? Talvez a honestidade e o rigor... Paulo? Talvez o sonho, a inquietação... Na escola descobri os valores da amizade, do companheirismo, do respeito, descobri o gosto pela diferença e pelo colorido, a força da uniao...
E por falar nisso... Um dia destes tenho que descobrir por onde anda a zulmira, a minha primeira namorada (platonica), na primeira classe, bem acompanhada por uma irma (Olga), que me suprimia os meus desejos por mulheres mais velhas (eh, eh)...
Conseguem adivinhar quem é quem na foto? se quiseres eu dou uma ajuda...
Ritmos
Há um ritmo diario, de ir para a escola, rua fora, apanhando colegas pelo caminho, e de regresso ao final da tarde, com passagem pelo ribeiro ou pelos desatalhos possiveis...
Mas acima de tudo o ritmo do verao... Chegadas as ferias GRANDES o empacotar tudo e mais alguma coisa no carro e rumar a Mindelo para passar o verao, metido na praia (ver foto) e no canavial, nas pocinhas ou nas tendas... Ai o vizinho e amigo era o nuno, com o desiquilibrio invertido (um ou dois anos mais velho) e por isso sempre a perder no "confronto" do muro que nos separava, agora transformado em rede de tenis. Em setembro, era o regresso, ainda a tempo das festas do santantoninho...
E de certa maneira, o ritmo das termas, em que o pai desaparece e se transforma em postais de caldelas ou vidago, com historias de grilos e paisagens rurais... De descansos bucolicos e muitas saudades...
Também dos passeios ao fim-de-semana, a rates ou de visita a terras portuguesas (portugal dos pequenitos, geres, rota dos santuarios, lisboa/belem, nazaré...) ... Picnics e subidas a montes...
E claro, o ritmo da visita da avó tim-tim, de santa catarina a são mamede no "7", duas vezes por semana, descendo a rua que vem da ponte, ao longe após os campos, espiada da janela do quarto...
E naturalmente, das estações... Das folhas douradas e vermelhas, dos diospiros, do frio e da chuva, do verde e das flores, das abelhas e das formigas...
Desporto
Nunca fui grande desportista, embora gostasse de correr (ao apanha e isso). No futebol sempre uma nodoa negra, muitas vezes provocada a mim proprio. A minha irma era mais atleta... Andou no voleibol da Academica o que sempre invejei (ver foto)... Aqueles atletas todos com bom aspecto, especialmente as miudas mais velhas, eram uma perdição causando suspiros do outro lado da rede... Um dia, bem mais tarde, tentando apanhar o tempo perdido, voltei lá e perguntei se podia ser integrado... Sugeriram-me um desporto individual, tipo bicicleta ou tenis, e mandaram-me recambiado...
Jogos
Continuo uma criança muito isolada, por isso grande parte dos jogos são lonely... Desde o monopólio aos legos... Gosto especialmente dos legos, de construir grandes naves espaciais ou carros fantásticos todos tunning...
Na escola jogo à malha, onde já era muito competitivo, tentando ser o melhor mas sem propriamente conseguir... Mas ainda assim começo com um ou dois cromos (a moeda da altura) e acabo com uns valentes maços... Ou à sameira com a sua rodela de laranja...
Em casa também vou equilibrando carrinhos ao longo da "pista" que é o muro que me separa do filipe (na foto), o meu vizinho uns anos mais novo, que é uma das poucas amizades, desiquilibrada pela diferença de idade (desculpa-me aquele susto com a história dos fantasmas!)
Gosto tambem de fazer miniaturas... De cozinhas, de cenários com boas recordações (piscinas de Vidago), comboinhos ou bonecos... Com caixas de fosforos, rolhas, alfinetes e rolos de linhas arranjados pela minha avó...
O quintal e os anexos são o local priviligiado...
Análise Biográfica - 2.º septénio
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