segunda-feira, julho 03, 2006
Heróis
Epá, o rambo, no seu jeito troglodita e justiceiro, era um bom heroi (OK, não escrevi isto). O meu irmao tambem acho que era um exemplo para mim, acho que no fundo queria crescer para ser como ele (tb tinha boas notas). Que inveja eu tive quando ele partiu o braço... Mas foi sempre um irmao muito distante (6 anos mais velho...), misterioso (construia piramides) e reservado (quase não falavamos), e certamente não me achava piada nenhuma, o que me fazia sentir um impecilho... Mas eu admirava-o muito... O olhar forte, embora por vezes triste... A rebeldia (chegou a fugir de casa)... A inteligencia e os amigos, a utopia (queria ser astronauta)...
No dia 9 de Maio de 1986 desencarnou, sem esperança num mundo demasiado severo para os sonhadores...
O mundo (interior e exterior) transformou-se num lugar estranho, (ainda mais) distante, com baloes coloridos mas sem festa...
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2 comentários:
"Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores
Não há tristezas
Nem alegrias
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos,
Não a viver
Mas decorrê-la,
Tranquilos, plácidos,
Lendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...
À beira-rio,
À beira-estrada,
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo.
O tempo passa,
Não nos diz nada.
Envelhecemos.
Saibamos, quase
Maliciosos,
Sentir-nos ir.
Não vale a pena
Fazer um gesto.
Não se resiste
Ao deus atroz
Que os próprios filhos
Devora sempre.
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.
Girassóis sempre
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranquilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido."
Ricardo Reis, "Mestre"
Deves ter sido o seu herói muitas vezes...
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