segunda-feira, abril 30, 2007

se a ansiedade matasse...


... já nao estaria aqui

3 comentários:

Anónimo disse...

Ok! Lá vou eu outra vez :-). Essa onda fez-me lembrar um dia em que tinha feito 22 séries de 200 metros, lá, ao pé do Clube Atlântico. Em pleno Setembro com um calor de arrasar, equipado com corta-vento e duas camisolas por baixo e calças de Lycra. Resolvi ir dar uns mergulhos e, porque não, umas braçadas naquele mar mesmo em frente, vivo como nunca. Mas, como consigo nadar horas sem me cansar, dar 10 braçadas sem tirar as fuças debaixo de água. Sem hesitar Dispo-me :-) Esqueci que tinha cuecas brancas :-) e mergulho na onda que me aguardava no momento. Dei as tais braçadas e, quando tirei a cabeça para fora de água tive uma surpresa que me fez gelar o sangue. Estava a uma distância da costa que não podia imaginar. Voltei a encher os pulmões de ar e, a toda a velocidade que me era possível, visto que já estava completamente desidratado pelo esforço anterior e consequente perda de líquidos. Percebi que nunca mais iria chegar à costa. Cada vez estava mais longe. A maré estava a bazar e a corrente estava muito forte. Paro um bocado e começo a pensar que não iria escapar daquela. Cheguei a pensar afastar-me mais e tentar sair num lugar onde a corrente fosse mais favorável. Mas, não iria aguentar muito mais. Olho á minha volta e vejo ao longe um miúdo que praticava bodyboard que sei que não tirou os olhos de mim desde que, como um qualquer louco, me atirei para aquele furioso e esfomeado mar. De todos eles foi o único que teve a dignidade, a coragem e a honra de, quando levantei o braço a pedir ajuda. Não hesitar e, sem exageros que o momento podia propiciar, voou em direcção a mim naquela pequena prancha, chegando até mim tão rápido quanto pode e, de facto, salvou-me a vida! Não cheguei a agradecer-lhe. Deixou-me um pouco antes da praia. Perguntou-me se já era capaz de chegar lá sozinho. Respondi que sim e foi à vida dele como se não tivesse feito nada demais. Se passar por ele não o reconhecerei...e sabes que mais? Ainda me proporcionou a dignidade de chegar a terra pelo meu próprio pé! Ser extraordinário esse…
Ok. Tá bem. Que tem a ver isso com a ansiedade? Perguntarás tu  O gajo é burro ou quê?
É que ela mata mesmo.
Caso não tenhas quem olhe por ti e, no momento certo, te vá tirar dela. Aquele Pedro acabou-se! E nós não queremos isso pois não?
Nunca tive coragem para pedir ajuda. Sempre achei que se tivesse que o fazer não era digno de existir. Erro comum nos lutadores natos…
Se tiveres que levantar o braço. Não hesites!
Haverá sempre alguém que te mostrará todo o poder que a natureza nos ofereceu e que, na maioria das vezes, ignorámo-lo completamente…
Abraço!

pamacedo disse...

pela primeira vez acho que te percebi (OK, estou a exagerar um bocadinho). e gostei, MUITO obrigado (nao estou a exagerar nada, antes pelo contrario)

Anónimo disse...

Acho que estou a perder as minhas qualidades :-)