quarta-feira, dezembro 06, 2006

dedos nas feridas


Estive a analisar os contributos do Grupo de Trabalho para a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, reunido pela Comissão Nacional da UNESCO, e encontrei estes dedos nas feridas, escritos pela fantástica Luísa Schmidt (uma das pessoas com mais tem estudado estas matérias e que menos papas na lingua tem):

"Por um lado, o estado de desinformação generalizado da sociedade portuguesa em relação a temáticas centrais da modernidade tem evidenciado dificuldades e lacunas de conhecimento. Por outro lado, os níveis de desconfiança pública nas instituições são dramáticos e têm aumentado nos últimos anos sobretudo entre os sectores etários mais baixos. As consequências combinadas destes dois factores são o desinteresse e a desmotivação generalizados em quase todos os assuntos que se não restrinjam directamente aos quadros da vida quotidiana.

Entretanto ao nível das decisões políticas e dos seus responsáveis, com raríssimas excepções, não tem havido nem empenho nem investimento bastante na consolidação da cidadania e dos mecanismos participativos. Antes pelo contrário, continua a prevalecer uma lógica avessa ao envolvimento da sociedade civil nos processos de planeamento e de decisão. Então em matéria de sustentabilidade, os nossos responsáveis políticos divergem acentuadamente nas suas acções relativamente às dinâmicas internacionais."

É isto que eu constato todos os dias... mas sabem o que mais? A estratégia que eles apresentam até está bem feita e parece que alguém está preocupado em concretiza-la. Podem bem transformar-se na primeira excepção à inconsequencia cronica dos processos de planeamento em Portugal.

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