digam o que disserem, desembarcaram em Mindelo... a caminho do Porto!
quarta-feira, maio 02, 2007
21 anos de indigestão...
... de saudades de ti... partilhamos o mesmo quarto, muitas vezes o mesmo nome, quase os mesmos genes, e eu busco ainda o destino que te fugiu, sem saber onde procurar...
Mau...então isso ainda não passou. Não me digas que vou ter que te contar outra história?!! Olha que se te conto outra acabas por descobri mais do que querias. Mas tu é que sabes :-)
Será que queres mesmo saber :-). Olha que em tempos alguém me contou algo de tal maneira dramático para si que, depois de ouvir pensei: ah. não pode ser assim tão dificil. Afinal já tantos passaram pelo mesmo e coninuam a querer passar...bora lá experimentar :-). Eu estava errado como não podia deixar de ser :-). Realmente não era assim tão dificil. Quando o sentes na pele, parece "impossível" sobreviver ileso a tudo aquilo...Mas, como já disse, tu é que sabes :-)
Ok. Lá vou eu outra vez :-) E um dia acabei por partir há descoberta de novos mundos (não, não foi o Pedro Alves de Cabral. Fui mesmo eu :-) )). Surpresa das surpresas não descobri o Brasil. Já tinha sido descoberto há meia dúzia de dias :-) por um fulano qualquer que, dizem as más línguas cheias dor de cotovelo e, ao que parece com mais créditos que nós, sabe-se lá porquê, que até nem era Português :-). Ao contrário do que estava à espera dou comigo no RCMDS da Amadora. É pá, aquilo parecia uma cadeia :-). E não é que nos obrigavam a madrugar, a fazer exercício a horas marcadas e tudo :-). Nesses tais exercícios, como não podia deixar de ser, sou mesmo bom que é que posso fazer :-), estava na frente de um batalhão de 880 homens na fileira da frente, mesmo ao meio. Frente a frente com o instrutor :-) a cumprir à risca as ordens que eram dadas. Nesses exercícios tínhamos que tirar o blusão, a camisola de malha ficando só com aquela branca e imaculada camisola interior. O que despíamos tinha que ser colocado alinhado ao nosso lado esquerdo. Azar dos azares, precisamente no sitio em que tinha que pousar a minha, havia um a linda e preciosa poça de água :-). Tinha que ser. Pousei ali os meus parcos haveres. Acabamos a JAE e, como não seria de esperar outra coisa, ordenaram que voltássemos a vestir o que entretanto tínhamos tirado. Ora, como as minhas roupas estavam ensopadas fui o último a conseguir vestir aquilo mais ao menos, que figura :-). Como demorei muito tempo disse lá o tal instrutorzeco: ali o doutor parece que está contrariado. Para castigo e por causa do dito cujo vamos repetir o exercício. Porra. O gajo era mesmo burro! Tudo se repetiu só que desta vez nem cheguei a vestir nada :-). Ficaram impecavelmente dobradas à minha esquerda e eu ali o único de camisola branca:-) para espanto geral desafiei todas as regras. Ó doutor porque não vestiu a indumentária que falta? … Vamos repetir e ficam todos a saber que o culpado é o doutor aqui à minha frente. Lá dentro ajustem contas com ele! Dessa vez nem me mexi :-). Fiquei a observar os bandos de pássaros que voavam para norte e me levaram com eles até ao meu canto no Mindelo que já me afligia de saudade… Os outros nabos, coitaditos :-) repetiram tudo convencidos que a culpa era minha e estavam todos preparados para me desancarem quando entrássemos na caserna. Inocentes! Como estava mais perto da entrada, dirigi-me a ela, barrei a entrada com a raio da roupa encharcada debaixo do braço :-) (por essa teriam que entrar mais ao menos 200 homens. Os Alfas) e, ali desafiei-os, frente a todos os superiores que na altura se encontravam na parada: quem é que quer ajustar contas comigo? :-))) pararam como se estivessem perante obstáculo intransponível, olharam-se, olharam-me, olharam para os superiores hierárquicos e fez-se silêncio durante alguns segundos. Vai daí um cabo mais expedito resolveu aquilo com toda a diplomacia ficando no ar a ameaça de morte que não veio a acontecer na minha pessoa. Outros morreram depois :-(. Depois disso fui torturado até ao fim e, isso não se descreve. Sente-se. Prometi acabar com aquele tipo de coisas. Acabei com os Comandos (parece que entretanto voltaram). Prometi que mais nenhum familiar meu iria para a tropa caso não fosse essa a sua vontade. Nunca mais nenhum foi… O retorno de tudo isso era como um novo renascer e, apesar de toda a tortura a que fui sujeito por indivíduos sádicos e com sérios problemas psicológicos por resolver, valeu a pena. Afinal consegui mesmo mudar o mundo sozinho! Afinal os laços invisíveis que nos unem ao nosso canto, apesar da distancia não se quebram. Não desaparecem. Fortalecem-se de tal ordem que os milagres acontecem…fazemos coisas que não imaginávamos possíveis. Mais, só assim as fazemos. Com dor para os que nos são próximos. Com muito sofrimento para nós. Mas, no final :-) até a erva que teima em despontar nos paralelos das nossas ruas apesar de constantemente pisadas pelos pneus dos nossos carros nos segredam as coisa mais elementares do universo… Claro que muita coisa fica por contar porque se não que sentido teria a vida se fosse vivida pelos outros :-)? Abraço!
7 comentários:
é só love...
ww.maistopas.blogspot.com
ouve lá, estou a falar do meu irmao :)
Mau...então isso ainda não passou. Não me digas que vou ter que te contar outra história?!! Olha que se te conto outra acabas por descobri mais do que querias. Mas tu é que sabes :-)
conta .... conta .... conta ....
Será que queres mesmo saber :-). Olha que em tempos alguém me contou algo de tal maneira dramático para si que, depois de ouvir pensei: ah. não pode ser assim tão dificil. Afinal já tantos passaram pelo mesmo e coninuam a querer passar...bora lá experimentar :-). Eu estava errado como não podia deixar de ser :-). Realmente não era assim tão dificil. Quando o sentes na pele, parece "impossível" sobreviver ileso a tudo aquilo...Mas, como já disse, tu é que sabes :-)
conta .... conta .... conta ....
Ok. Lá vou eu outra vez :-)
E um dia acabei por partir há descoberta de novos mundos (não, não foi o Pedro Alves de Cabral. Fui mesmo eu :-) )). Surpresa das surpresas não descobri o Brasil. Já tinha sido descoberto há meia dúzia de dias :-) por um fulano qualquer que, dizem as más línguas cheias dor de cotovelo e, ao que parece com mais créditos que nós, sabe-se lá porquê, que até nem era Português :-). Ao contrário do que estava à espera dou comigo no RCMDS da Amadora. É pá, aquilo parecia uma cadeia :-). E não é que nos obrigavam a madrugar, a fazer exercício a horas marcadas e tudo :-). Nesses tais exercícios, como não podia deixar de ser, sou mesmo bom que é que posso fazer :-), estava na frente de um batalhão de 880 homens na fileira da frente, mesmo ao meio. Frente a frente com o instrutor :-) a cumprir à risca as ordens que eram dadas. Nesses exercícios tínhamos que tirar o blusão, a camisola de malha ficando só com aquela branca e imaculada camisola interior. O que despíamos tinha que ser colocado alinhado ao nosso lado esquerdo. Azar dos azares, precisamente no sitio em que tinha que pousar a minha, havia um a linda e preciosa poça de água :-). Tinha que ser. Pousei ali os meus parcos haveres. Acabamos a JAE e, como não seria de esperar outra coisa, ordenaram que voltássemos a vestir o que entretanto tínhamos tirado. Ora, como as minhas roupas estavam ensopadas fui o último a conseguir vestir aquilo mais ao menos, que figura :-). Como demorei muito tempo disse lá o tal instrutorzeco: ali o doutor parece que está contrariado. Para castigo e por causa do dito cujo vamos repetir o exercício. Porra. O gajo era mesmo burro! Tudo se repetiu só que desta vez nem cheguei a vestir nada :-). Ficaram impecavelmente dobradas à minha esquerda e eu ali o único de camisola branca:-) para espanto geral desafiei todas as regras.
Ó doutor porque não vestiu a indumentária que falta?
…
Vamos repetir e ficam todos a saber que o culpado é o doutor aqui à minha frente. Lá dentro ajustem contas com ele!
Dessa vez nem me mexi :-). Fiquei a observar os bandos de pássaros que voavam para norte e me levaram com eles até ao meu canto no Mindelo que já me afligia de saudade…
Os outros nabos, coitaditos :-) repetiram tudo convencidos que a culpa era minha e estavam todos preparados para me desancarem quando entrássemos na caserna. Inocentes!
Como estava mais perto da entrada, dirigi-me a ela, barrei a entrada com a raio da roupa encharcada debaixo do braço :-) (por essa teriam que entrar mais ao menos 200 homens. Os Alfas) e, ali desafiei-os, frente a todos os superiores que na altura se encontravam na parada: quem é que quer ajustar contas comigo? :-))) pararam como se estivessem perante obstáculo intransponível, olharam-se, olharam-me, olharam para os superiores hierárquicos e fez-se silêncio durante alguns segundos. Vai daí um cabo mais expedito resolveu aquilo com toda a diplomacia ficando no ar a ameaça de morte que não veio a acontecer na minha pessoa. Outros morreram depois :-(. Depois disso fui torturado até ao fim e, isso não se descreve. Sente-se. Prometi acabar com aquele tipo de coisas. Acabei com os Comandos (parece que entretanto voltaram). Prometi que mais nenhum familiar meu iria para a tropa caso não fosse essa a sua vontade. Nunca mais nenhum foi… O retorno de tudo isso era como um novo renascer e, apesar de toda a tortura a que fui sujeito por indivíduos sádicos e com sérios problemas psicológicos por resolver, valeu a pena. Afinal consegui mesmo mudar o mundo sozinho! Afinal os laços invisíveis que nos unem ao nosso canto, apesar da distancia não se quebram. Não desaparecem. Fortalecem-se de tal ordem que os milagres acontecem…fazemos coisas que não imaginávamos possíveis. Mais, só assim as fazemos. Com dor para os que nos são próximos. Com muito sofrimento para nós. Mas, no final :-) até a erva que teima em despontar nos paralelos das nossas ruas apesar de constantemente pisadas pelos pneus dos nossos carros nos segredam as coisa mais elementares do universo…
Claro que muita coisa fica por contar porque se não que sentido teria a vida se fosse vivida pelos outros :-)?
Abraço!
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